Na semana do meio ambiente, a Conatus Auditores vem abordar sobre a importância para de todos no direcionamento para um olhar mais aprofundado sobre os impactos ambientais e sociais causados pelas empresas em suas atividades. E como não falar de ESG, já que esta sigla tem ganhado tanta notoriedade no mercado corporativo e financeiro.
Cada vez mais, a preocupação com o meio ambiente tem sido pauta de discussões sobre o direcionamento no processo produtivo das empresas para a gestão responsável dos recursos e não somente para a geração de riquezas.
As pessoas passaram a adotar ações mais conscientes, e é evidente a mudança nos hábitos de consumo e descarte de resíduos, o que fortalece o conceito de sustentabilidade. Os indivíduos também passaram a valorizar empresas que se preocupam com a sociedade e o meio ambiente.
Para explicar melhor, a sigla ESG é advinda da abreviação de Environmental Social and Governance. Em português, também é chamada de ASG (Ambiental, Social e Governança).
Mas o que esses termos querem dizer?
O significado de ESG
É um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança que tem sido usado por empresas e investidores que se preocupam com critérios de sustentabilidade. O conceito é utilizado para descrever as chamadas boas práticas empresariais.
Assim, para cada um dos três pilares, são trabalhados alguns aspectos:
Environmental: Voltados para temas como gestão da emissão de gases poluentes, poluição do ar e da água, desmatamento, consumo de recursos naturais, gestão de resíduos, eficiência energética, biodiversidade e outros.
Social: Relacionados à responsabilidade social e ao impacto em prol da comunidade e sociedade, como segurança no trabalho, diversidade de funcionários, respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas, salário justo, proteção de dados e privacidade e mais.
Governance: Ligados aos valores da companhia, políticas, processos, estratégias e orientações. Neste item temos conduta corporativa, composição do conselho, práticas anticorrupção, existência de canais de denúncias, auditorias interna e externa, entre outros temas.
O que realmente é a ESG
A ESG surgiu pela primeira vez em 2005, em um relatório da Organização das Nações Unidas – ONU, em uma publicação chamada Who Cares Wins, na tradução ao pé da letra “Ganha quem se importa”.
Em resumo, a proposta é melhorar os seguintes quesitos:
- Construir mercados financeiros mais fortes e resilientes;
- Contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade;
- Entender e compreender os impactos nos stakeholders;
- Melhorar a confiança do mercado nas instituições financeiras.
As Companhias têm percebido que adotar medidas de cuidados com o meio ambiente, de responsabilidade social e de boas práticas de governança corporativa fazem a diferença no sucesso, faturamento e crescimento da empresa.
Atualmente, os consumidores e investidores dão prioridade para quem se dedica e se preocupa com os aspectos da ESG, e estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços de empresas comprometidas com a sustentabilidade.
Esse são alguns dos motivos que têm tornado a ESG sinônimo de responsabilidade socioambiental, reputação e credibilidade para as empresas. É preciso minimizar os impactos negativos e potencializar os positivos para conseguirmos reduzir os prejuízos já provocados no planeta.
Como medir a ESG
Não é uma tarefa simples avaliar parâmetros de preservação ambiental, responsabilidade social e trabalhistas, questões éticas e transparência nos negócios.
As empresas que objetivam se enquadrar na ESG precisarão monitorar, mensurar e divulgar esses indicadores que geralmente fazem parte da gestão estratégica de risco.
Ainda não existe uma metodologia universal para medir indicadores, mas existem alguns métodos que apresentam o nível de comprometimento.
Dentre eles, estão:
- GRI – Global Reporting Initiative
- TCFD – Task Force on Climate-related Financial Disclosures
- CDSB – Climate Disclosure Standards Board
- SASB – Sustainability Accounting Standards Board
- IIRC – International Integrated Reporting Council
- ISO 14001 – International Organization for Standardization
- A4S – The Prince’s Accounting for Sustainability
Embora tais métodos mencionados acima, dentre outros, sejam importantes para nortearem as organizações, a grande crítica ainda é de que todos seguem o princípio da autodeclaração, ou seja, cada empresa escolhe indicadores ESG que desejam divulgar, o que pode causar inconsistência nos dados.
Por mais que o grau de envolvimento e ações voltadas para a ESG são de responsabilidade de cada empresa, órgãos reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários – CVM e o Conselho Federal de Contabilidade – CFC de forma a trazer maior transparência ao público externo sobre as ações das empresas em relação ao envolvimento com práticas socias e ambientais em seus negócios, proporcionando informações quantitativas e qualitativas editaram normas como o Relato Integrado e o Relatório de Sustentabilidade, com objetivo de uniformizar e proporcionar uma comparabilidade sobre as ações promovidas pelas Empresas e seus diversos seguimentos.
Saiba mais em nossa postagem sobre Orientação Técnica CPC 09 – RELATO INTEGRADO.